POR VEZES CADA OBJECTO SE ILUMINA Por vezes cada objecto se ilumina do que no passar é pausa íntima entre sons minuciosos que inclinam a atenção para uma cavidade mínima E estar assim tão breve e tão profundo como no silêncio de uma planta é estar no fundo do tempo ou no seu ápice ou na alvura de um sono que nos dá a cintilante substância do sítio O mundo inteiro assim cabe num limbo e é como um eco límpido e uma folha de sombra que no vagar ondeia entre minúsculas luzes E é astro imediato de um lúcido sono fluvial e um núbil eclipse em que estar só é estar no íntimo do mundo António Ramos Rosa, O Livro da Ignorância, col.« Pequenos Continentes », Editora Signo|Brumarte, Lisboa|Ponta Delgada (Açores), Setembro de 1988.
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ANTÓNIO RAMOS ROSA Source ■ António Ramos Rosa sur Terres de femmes ▼ → C’étaient des jours de clarté estivale (autre poème extrait du Livre de l’ignorance) → [Il y a une terre qui halète dans la gorge] (poème extrait du Cycle du cheval) ■ Voir aussi ▼ → (sur le site des éditions Lettres vives) « António Ramos Rosa, l’Ermite de Lisbonne », par Michel Camus → (sur Poetry International Web) une bio-bibliographie d’António Ramos Rosa → (sur le site de la revue Prétexte Éditeur) « L'éloge de l'ignorance», par Chantal Colomb → (sur Les Carnets d'Eucharis de Nathalie Riera) deux poèmes d'António Ramos Rosa |
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